segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sugestoes.

Livros:
"As Brumas De Avalon" - Marion Zimmer Bradles* :)
"Os Premios" - Julio Cortazar
"Assim Falou Zaratustra" - F. Nietzsche

Cd:
"London Calling" - The Clash
"4" - Los Hermanos
"Ventura" - Los Hermanos
"The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars" - David Bowie

Filme:
"O Fabuloso Destino de Amelie Poulain"
"Laranja Mecanica"
"Munique"
"V de Vingança"

domingo, 27 de julho de 2008

Da Rotina II

Quando a vida vai rapido demais, a gente esquece de olhar pros lados, de aproveitar o passeio no Carro. Esse é, pra mim, o grande problema de crescer. O dia-a-dia exige cada vez mais de nós, e essa cobrança começa a ser implantada de tal form a (especialmente pelos familiares), que nós mesmos começamos a nos cobrar: é ai que começa o fim.
O sentido das coisas está justamente no que nao se entende, no mutavel, no incompreensivel.
Quando as coisas começam a tornarem-se mecanicas demais, começam a serem previsiveis; a Rotina nasce e o Diabo aparece.
Por um outro lado, sem essa mesmice nao haveria a "diferentice", e se tudo fosse diferente o tempo todo, aí moraria a mesmice da vida, a Rotina seria fazer tudo diferente todo dia.
O meio termo se mostra exatamente aí, onde o Fazer - esse verbo que demonstra açao e reaçao - torna-se a balança, o peso e a medida, a seu tempo.
O problema é quando o tempo muta no imutavel; quando tudo parece muito igual, e o tempo das coisas nunca chega. Ou pior, passa muito rapido.
Por isso existe, e eu creio piamente, nessa nescessidade de aproveitarmos nao só a vida, mas as vidas, saber pegar pra si o maximo de tudo que está ao seu redor, absolver com maestria, como uma profissional do sexo, deleitando ao extremo cada momento e suas subdivisoes, suas redundancias e repetiçoes. Conjugue o verbo 'viver' e seus sinonimos.
Até mesmo as más experiencias sao boas ao seu tempo, mas o Tempo, é só um.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Da Rotina.

- Rotina por rotina, só sobra o pensar: o que a gente esquece de esconder, de guardar pra si e só, aquilo que vai dar origem à experiência.
Experiência não é – necessariamente – vivencia, experiência é discernimento, saber olhar através, ver o que ainda está por se mostrar.
O que faz envelhecer não é o viver em si, mas sim o NÃO viver. Não saber experimentar o mundo de sensações que a vida oferece é que deveria ser pecado, e o Diabo que nos leva a cometer tal atrocidade é a Rotina: essa onipresente abstração do mal.
Tá bom, não sejamos tão poéticos e revoltosos.
Imaginem vocês, caros leitores, ao acordarem, banharem (a maioria, espero), fazerem o desjejum, irem ao trabalho, escola, cursinho (etc).Quando começamos a repetir tais ações demasiadas vezes de maneira igual, perdemos a sensibilidade auditiva. Se pararmos para ouvir, haverá um silencio quase que ensurdecedor em forma de canção nos rodeando: é a flauta da Rotina a tocar, cantando até adormecer vossos corações e vossas vidas.
Haja sagacidade em nosso espírito, haja liberdade.

domingo, 6 de julho de 2008

Falacia e Poesia

Poesia é a maior falacia que existe na arte. De todas as formas que existem para a manifestaçao do pensamento humano, é atraves da poesia que vejo ele se apresentar com o aspecto mais mascarado. Nao querendo discriminar a Poesia (Jamais!), até porque por intermedio dela é que o pensamento mais se mostra (e mais se esconde); é ao mesmo tempo intimista e aérea.
Como ja havia dito certa vez Mestre Ivan, "a poesia é algo que se dá; ela está em todo lugar e em lugar nenhum". Mais correto nao poderia estar. Podemos entao traçar o paralelo dessa afirmaçao com a forma como a poesia surge. Em primeira instancia, declaro a poesia como falacia em decorrencia da sua extrema facilidade em nao possuir (ao menos nao necessariamente) laço algum com o interior e/ou exterior do poeta; nao precisa haver verdadeira identificaçao e/ou experimentaçao do que se escreve com quem escreve em termos espirituais (lê-se: de forma interior, mental, sensorial), pois o poeta pode utilizar-se da experiencia de outrem, relatos de terceiros para conceber sua obra: aí mora a Falacia.
Falacia nada mais é do que uma mentira com ar de verdade (*mesmo havendo outras definiçoes e conotaçoes, é com essa que estaremos trabalhando). Como ja havia escrito em um poema, "a mentira é uma mascara que se usa depois do Carnaval". Toda mentira é uma mascara da Verdade, e eu acredito nisso. Dessa forma, temos uma segunda modalidade poetica, de onde surge uma Poesia verdadeira em suas singularidades. Note que foi citada a "mascara" da verdade, e logo em seguida afirmo haver uma poesia pura, firmada em verdades. Essa Poesia dá-se através da experiencia do poeta; vivencia do que se escreve. Apesar de ser mais verdadeira que a anterior, essa modalidade ainda é concebida de forma deturpada e variante. Digo isso porque tudo o que é absorvido pela mente passa antes pelos sentidos: é ai onde vai ocorrer a subversao da experiencia, e é ai que vai surgir a falacia (apesar de nao o ser do ponto de vista de quem escreve).
A terceira modalidade poetica é, em termos, a minha predileta e a mais deficiente de aceitaçao e apreciaçao ao seu tempo. É a poesia do velho Heine, Nietzsche (sim!) entre tantos outros que me fogem à mente. Essa forma poetica é um mixto e ao mesmo tempo uma distanciaçao das duas primeiras formas apresentadas; usa da imaginaçao e da experiencia para escribar. Peculiaridades? A tematica. Normalmente, essa poesia carrega consigo o estigma de sua epoca; saturada de grande depreciaçao do agora e antecipaçao em relaçao ao seu tempo; é tambem altamente suprida de um teor filosófico brilhante (sendo assim uma poesia mais critica e analitica que as demais). Onde mora a falacia dessa Obra? Está no que se percebe o corpo da poesia: é justamente esse teor filosófico (que nao precisa necessariamente ser algo construtivo, ex: Niilismo) que denegre e acaba por decretar a falsa verdade.
Temos ainda uma quarta maneira de poetisar, e essa é a unica onde nao consigo apontar falacias. É a poesia pedagogica, a unica que permaneceu na cidade idealizada por Platao: a poesia como fim educativo. Agora que penso melhor, talvez encontremos algo se nos utilizarmos do ponto de vista etnocentrico; mas de qualquer forma, essa modalidade acaba por se confundir em alguns pontos com a anteriormente citada, já que ambas vem carregadas de uma doutrina comportamental muito forte; no entanto, eata ultima deriva de uma experiencia coletiva, ja que acusa um modo de agir que nao foi idealizado (nao inteiramente) pelo poeta, concretizando a falacia.
O mais curioso e belo da Poesia é que, apesar das quatro possuirem seus principios em uma raiz vã, a verdade continua a existir na mente de quem lê e escreve. Meus proprios argumentos podem (e devem!) ser tidos como a meras falácias, mentiras com gosto de verdade, quando ditas corretamente (malditos sofistas!).
A beleza, assim como a verdade, está nos olhos de quem vê.